Somos convidados, neste ano de 2020, a olhar para a vida, presente de Deus. A reencontrar o seu real significado, sendo assim cuidadosos, zelosos provocando a Fraternidade entre nós. “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele.” (Lc 10, 33-34)
A proposta da Pascom, Paróquia São João Batista, foi de trazer três artigos, para que pudéssemos refletir sobre a CF2020. Tivemos a publicação do 1º Artigo em 25 de Fevereiro (republicado a seguir) de autoria do Padre Nilson Resende. Agora apresentamos o 2º artigo de autoria da Pastoral da Saúde e, em outra postagem, o 3º artigo de autoria da Pastoral do Batismo.
Nosso Gratidão a todos pela disponibilidade e carinho!


Este primeiro artigo, apresenta de forma sucinta, sem fazer citações, a primeira parte do texto-base da Campanha da Fraternidade que reflete os sinais de morte do nosso País que ameaça à vida. Por isso, com o olhar de Jesus estar atento com os outros, a exemplo do Samaritano que “viu, sentiu compaixão e cuidou dele”.
A quaresma é convite a uma profunda conversão e nos põe diante de Jesus, que nos oferece, na parábola do Bom Samaritano (Lc 10,25-37), duas formas de olhar: um olhar de sacerdote e de levita que vê e passa adiante, e um outro olhar de samaritano que vê, permanece, envolve e compromete diante da vida que sofre, vítima de salteadores, deixado quase morto a beira da estrada.
A Campanha da Fraternidade, que a cada ano é vivenciada e privilegiada no tempo da Quaresma, é convite a olhar para a vida dos irmãos e irmãs e contemplar o mundo com os olhos de Deus. Olhar e examinar com amor tantas realidades indiferentes e com atitudes de desprezo que não deixam a vida se realizar em tantos ambientes. Como:
Olhar as indiferenças que ameaçam à vida das crianças, adolescentes, jovens, adultos e anciãos. Olhar o desemprego formando uma população desocupada. Olhar os povos indígenas que sofrem sucessivas agressões em seus territórios, culturas e vidas. Olhar aborto como uma realidade que ameaça a vida das crianças desde o ventre materno. Olhar as mortes em acidentes de trânsitos.  Olhar o feminicídio, uma triste realidade. Olhar a banalização e exclusão da vida; Olhar os conflitos no campo, conflitos por água e violência nas cidades.
Olhar inda, a desigualdade como uma triste realidade da sociedade brasileira. Em 2017, o Brasil era o 9º País mais desigual do planeta em distribuição de renda. Olhar o reino do individualismo. Olhar os meios de comunicação e das redes sociais iludindo os jovens, banalizando a vida por meio das fake News e perfis falsos. Olhar o Estado que parece que as suas preocupações prevalecem o aspecto econômico, em vez de cuidar das pessoas. O olhar que destrói a natureza: rever a relação entre a natureza e a sociedade que a habita. Olhar o domínio econômico que promove a desigualdade e o olhar da indiferença que exclui a vida.
Olhar com os olhos da solidariedade social e uma caridade perfeita, perguntar: qual é a fé? Qual será o nosso olhar? O que é hoje? O que será o amanhã? O que é a vida? Como cuido da minha vida? Como assumir o olhar solidário? Vamos agir!
Com esperança ter o programa quaresmal: 1) escuta da Palavra que converte o coração; 2) atenção pelos outros; 3) romper com a indiferença frente ao sofrimento; 4) disponibilidade para o serviço; 5) servir a Deus por intermédio do próximo.
Portanto, Jesus Cristo é o vencedor do pecado e da morte, nos chama a olhar e cuidar da vida e de toda a criação como Dom e Compromisso numa atitude de fraternidade e solidariedade responsabilizando uns pelos outros. Vida doada é via santificada! Ser Samaritanos!










Pe. Dr. Nilson de Paula Resende


“Não se pode viver a vida passando ao largo das dores dos irmãos e das irmãs.”


Já é tradição da Igreja Católica no Brasil, anualmente, a Quarta-Feira de Cinzas ser um marco para duas frentes: a primeira, é o início da Quaresma, período preparatório de 40 dias para a Páscoa do Senhor. E a outra, a Campanha da Fraternidade (CF 2020), promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desde 1946, que a cada ano reflete sobra uma temática específica, como família, políticas públicas, saúde, trabalho, educação, moradia e violência, entre outras.
Para a edição de 2020 da CF, o tema escolhido foi: “ Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34) o lema “Fraternidade e vida: dom e compromisso”. Essa passagem bíblica é a clássica parábola do bom samaritano, que, além de ser referência para a CF deste ano, vai de encontro ao compromisso, que se traduz em relações de mútuo cuidado com as pessoas, a família, a comunidade, a sociedade e o planeta, casa comum.
O texto-base da campanha da Fraternidade desde ano, convida-nos a ter um olhar que se eleva para Deus, no mais profundo espírito quaresmal, e que se volta também para os irmãos, identificando a criação como presente amoroso do Pai. No texto, a presidência da CNBB afirma que a Campanha será uma motivação para olharmos, transversalmente, as diversas realidades, interpelando todos sobre o respeito à vida, em suas diversas dimensões: pessoal, comunitária social e ecológica.
“Não se pode viver a vida passando ao largo das dores dos irmãos e das irmãs”, diz um trecho do texto base. Ver, sentir compaixão e cuidar são os verbos de ação que irão conduzir este tempo quaresmal. Para isso, o texto-base, dividido em três partes, convida cada pessoa, cada grupo pastoral, movimento, associação, igreja particular e o Brasil inteiro, motivados pela campanha da fraternidade, ver fortalecida a revolução do cuidado, do zelo, da preocupação mútua e, portanto, da fraternidade.                                                                                             
Na nossa comunidade existem vários trabalhos no sentido de ajudar nosso irmão mais necessitado, envolvendo um trabalho com as pastorais sociais da nossa comunidade: Pastoral da Saúde, Vicentinos, Pastoral das Exéquias, Roupeiro de Santa Rita, Pastoral do Dízimo, entre outras, que fazem um trabalho assistencialista ao irmão que sofre.

Pastoral da Saúde – CF 2020


                                 AGIR em prol do próximo é mais que uma ação, é SOLIDARIEDADE

O período quaresmal é quando a igreja faz um convite mais intenso a conversão, e este ano 2020, o tema   “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso” e o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34) fazem mais que um convite, e sim um apelo para todos nós Cristãos, para observarmos a realidade a nossa volta, e ao mesmo tempo indagarmos, O QUE VEMOS? SENTIMOS COMPAIXÃO? CUIDAMOS DO PRÓXIMO? A inspiração para esta campanha e modelo motivador para o caminho de conversão quaresmal é a imagem do Bom Samaritano, apresentado por Jesus no trecho do Evangelho de Lucas, na qual apresenta o amor ao próximo, amor provado com atitude, ao socorrer um necessitado.
Agir como um bom samaritano supõe um novo aprendizado, requer uma igreja Viva, uma igreja que emprega recursos humanos, materiais e espirituais, para que aqueles que estão desfigurados pela dor, possam encontrar auxilio na fraternidade.
Convertidos pela palavra de vida, devemos AGIR, e para isso é preciso ousadia, criatividade, dedicação, compromisso e principalmente AMOR; no qual se traduz o CUIDADO para com os que sofrem.

QUAIS FORAM NOSSAS ÚLTIMAS INICIATIVAS CONCRETAS EM FAVOR DA VIDA E DA DIGNIDADE DE UM IRMÃO SOFREDOR?

A igreja nos chama a reproduzir os passos do bom samaritano, e para isso é preciso em primeiro lugar, olhar para dentro de nós mesmos, a mudança que queremos no mundo só serão reais, se começarmos em nós mesmos, daí a importância de renovarmos, pessoalmente, nosso compromisso de cuidado e valorização da vida.
Estamos inseridos em um mundo em que ninguém tem tempo para o outro, a comunidade-casa deve ser o primeiro lugar de afeto, de ternura de encontro fraterno em torno da palavra.
Se não nos propusermos a mudanças pessoais, a novas atitudes em nossa casa, a participação em nossa comunidade, como vivenciaremos a palavra de Jesus? É preciso potencializar as coisas simples, as boas iniciativas, que provocam grandes transformações.
Irmãos e irmãs precisamos ter iniciativa, envolver toda a comunidade, acompanhar os processos fundamentados no evangelho fazendo-os frutificar e principalmente ACOLHER e PROTEGER aqueles que necessitam, os irmãos fragilizados que se encontram em nosso meio.
Para isso é preciso gestos e atitudes que transformam, assumindo um compromisso radical com a justiça e a solidariedade, despertar nas pessoas a capacidade de serem construtoras da vida.
Ame as pessoas, ame-as uma a uma. Promova a paz em meio aos homens e não ouça a voz de quem espalha ódio e divisões. Seja responsável por este mundo e pela vida de cada homem, tenha sempre a coragem de ser verdadeiro, lembrando que ninguém é superior a ninguém.
Precisamos entender que toda pessoa é digna da nossa dedicação, do nosso acolhimento, não pelo seu aspecto físico, suas capacidades, sua linguagem, sua mentalidade, mas por ser obra de DEUS, e nosso irmão.
Jesus deu seu sangue precioso, sua vida por todos nós, se eu, você, conseguirmos ajudar um só irmão a viver melhor, isto já justifica o dom da vida.
Como povo peregrino confiante, vamos caminhar para um novo céu, uma nova terra, vivendo a fraternidade em COMUM UNIDADE.
Pastoral do Batismo - CF 2020

Rede de Comunidades: presença de comunhão nas famílias

Anunciar Jesus não é um ato individual,
 mas compromisso de toda uma
  comunidade que experimenta
 o amor do Ressuscitado e 
deseja comunicá-lo a todos.
CF. 2020 - p.84 

Neste mês a Pascom conversou com o casal Rejane e José Carlos, Coordenadores da Rede de Comunidades. Nossa Gratidão por terem atendido o nosso convite.

Pascom: Primeiramente, Gostaríamos que falassem um pouco do trabalho que fazem na rede de Comunidades, o empenho, o carinho, e a dedicação que vocês têm em preparar as matérias, para serem trabalhadas nas pequenas comunidades.
Casal - A princípio o Pe. Marcos pediu para que fizéssemos uma equipe, duas ou três pessoas, para a confecção dos subsídios, até tentamos, mas não deu, pela correria do dia a dia, ficava meio apertado, então ficamos nós mesmos. Porque seria mais fácil, mas quando sentamos para pensar em como iniciaríamos este trabalho, vimos o quanto era difícil, precisávamos entender como eram confeccionados os anteriores, que vinham da Diocese de São José do Rio. Percebemos então, que tínhamos de ler mais, nos aprofundar mais, e já sabendo que os subsídios eram feitos de acordo com as devoções da igreja dentro de cada mês ou época (ex. a quaresma), também tinha que introduzir o Lema e o Tema da Campanha da Fraternidade do ano. Após isso começamos a ter esperanças de que podíamos   fazer algo para realizarmos nossos encontros, não como os da Diocese claro, mas algo que valesse a pena nos reunir, ouvir a palavra de Deus, assim foi com erros e acertos. Ainda hoje continua sendo um desafio.
 Pascom: O que acharam do Lema e Tema da Campanha da Fraternidade de 2020?
Casal - É uma reflexão muito profunda da vida em suas diversas dimensões: pessoal, comunitária, social e ecológica, que nos desperta no verdadeiro sentido da missionariedade, como ser voluntário na fraternidade, na caridade, na compaixão no amor de cristo e em nossos irmãos, e fazer isso em pequenos grupos em saída da igreja.

Pascom: O que mais tocou vocês ao se aprofundarem no texto base da CF 2020?
Casal - O Papa Francisco disse uma frase que diz tudo: “Só existe uma forma de realmente conhecer a Cristo –beijar as suas feridas nas pessoas que sofrem”. “Faça isso e viverá”.
Pascom: Como foi preparar o material para a Rede de Comunidades, o que mais motivou?

Casal - Está sendo um desafio como eu disse, mas muito oportuno,  mas ao fazer e revendo em como era feito os subsídios da Diocese de Rio Preto, nós observávamos as figuras e nos incomodava um pouco, então foi quando resolvemos valorizar as pessoas de nossa paróquia que serve a Deus , e reparei também que fevereiro não faziam subsídios, então começamos a fazer, o ano passado foi referente a Família, já que a devoção e da “Sagrada Família” com fotos de famílias inteiras que serviam a Deus. Este ano eu quis homenagear a Dona Maria do Carmo. Então deu certo, seu modo de viver, com o Lema e Tema da CF 2020.

Pascom: Qual o anseio  e o desejo de vocês, para  com o resultado a ser trabalhado pelas comunidades através desse material?
Casal - Esperamos que haja, cada vez mais,  uma  profunda transformação espiritual a nossa conversão. A mudança tem que partir de nós afetando o nosso ambiente, a amizade, a fraternidade, a ternura, o cuidar e valorizar a vida e a família, o acolher.
Pascom: Vocês têm algumas orientações ou recomendações sobre o uso ou como desenvolver o material?
Casal -  Os subsídios que a Diocese nos mandava, eram encontros com leituras para todas as quintas. Nós fazemos uma celebração, onde tentamos pôr tudo que precisamos na primeira  quinta-feira do mês; a segunda é reservada para a celebração do Dízimo, a terceira fazemos o subsídio de terço relacionada a vocação do mês, e na última quinta-feira Casa Capela,  também com subsídio.
7 – Qual a mensagem que vocês deixam como coordenadores para a rede de comunidades?
R – Que tenham muita perseverança, fé e amor no coração que tudo que fizerem e farão nas Redes tenham sempre em mente que são enviados por Deus, pois o que Ele quer é que nos amemos com compaixão, misericórdia. “Ide e faça discípulo”. E acreditar que ele está conosco todo momento olhando por nós. Que deixem contagiar pelo olhar de Jesus, assim “Olhar como Jesus”.

  p/ Jean Carlos - Pascom                                                                
 18/02/20


Campanha da Fraternidade 2020


A Pastoral da Comunicação da Paróquia de São João Batista de Nhandeara-SP, este ano no período da Quaresma vai nos ajudar a refletir sobre o sentido Espiritual da Quaresma e da Campanha da Fraternidade 2020. O Tema: Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso e o Lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34)


 Este primeiro artigo, apresenta de forma sucinta, sem fazer citações, a primeira parte do texto-base da Campanha da Fraternidade que reflete os sinais de morte do nosso País que ameaça à vida. Por isso, com o olhar de Jesus estar atento com os outros, a exemplo do Samaritano que “viu, sentiu compaixão e cuidou dele”.
A quaresma é convite a uma profunda conversão e nos põe diante de Jesus, que nos oferece, na parábola do Bom Samaritano (Lc 10,25-37), duas formas de olhar: um olhar de sacerdote e de levita que vê e passa adiante, e um outro olhar de samaritano que vê, permanece, envolve e compromete diante da vida que sofre, vítima de salteadores, deixado quase morto a beira da estrada.
A Campanha da Fraternidade, que a cada ano é vivenciada e privilegiada no tempo da Quaresma, é convite a olhar para a vida dos irmãos e irmãs e contemplar o mundo com os olhos de Deus. Olhar e examinar com amor tantas realidades indiferentes e com atitudes de desprezo que não deixam a vida se realizar em tantos ambientes. Como:
Olhar as indiferenças que ameaçam à vida das crianças, adolescentes, jovens, adultos e anciãos. Olhar o desemprego formando uma população desocupada. Olhar os povos indígenas que sofrem sucessivas agressões em seus territórios, culturas e vidas. Olhar aborto como uma realidade que ameaça a vida das crianças desde o ventre materno. Olhar as mortes em acidentes de trânsitos.  Olhar o feminicídio, uma triste realidade. Olhar a banalização e exclusão da vida; Olhar os conflitos no campo, conflitos por água e violência nas cidades.
Olhar inda, a desigualdade como uma triste realidade da sociedade brasileira. Em 2017, o Brasil era o 9º País mais desigual do planeta em distribuição de renda. Olhar o reino do individualismo. Olhar os meios de comunicação e das redes sociais iludindo os jovens, banalizando a vida por meio das fake News e perfis falsos. Olhar o Estado que parece que as suas preocupações prevalecem o aspecto econômico, em vez de cuidar das pessoas. O olhar que destrói a natureza: rever a relação entre a natureza e a sociedade que a habita. Olhar o domínio econômico que promove a desigualdade e o olhar da indiferença que exclui a vida.
Olhar com os olhos da solidariedade social e uma caridade perfeita, perguntar: qual é a fé? Qual será o nosso olhar? O que é hoje? O que será o amanhã? O que é a vida? Como cuido da minha vida? Como assumir o olhar solidário? Vamos agir!
Com esperança ter o programa quaresmal: 1) escuta da Palavra que converte o coração; 2) atenção pelos outros; 3) romper com a indiferença frente ao sofrimento; 4) disponibilidade para o serviço; 5) servir a Deus por intermédio do próximo.
Portanto, Jesus Cristo é o vencedor do pecado e da morte, nos chama a olhar e cuidar da vida e de toda a criação como Dom e Compromisso numa atitude de fraternidade e solidariedade responsabilizando uns pelos outros. Vida doada é via santificada! Ser Samaritanos!










Pe. Dr. Nilson de Paula Resende











EVANGELHO – SEGUNDO MATEUS


AUTOR – Segundo a tradição da Igreja, o autor é Mateus. Seu nome era Levi e sua vocação é narrada pelos três sinópticos (designação que se dá aos três primeiros Evangelhos do N.T. – Mateus Marcos e Lucas).  
Ele era um publicano, filho de Alfeu, que recebeu o chamado de Jesus, deixou tudo e o seguiu. Seu Evangelho surgiu aos poucos, de sua elaboração participaram muitas pessoas, sobretudo a comunidade do próprio Mateus. Assim, é correto falar Evangelho “segundo” Mateus, e não de Mateus.
De qualquer modo quem o escreveu mostra ser judeu culto e bem familiarizado com a Escola Rabínica (Mt. 13,52) “Por isso, todo escriba instruído nas coisas do Reino dos Céus é comparado a um pai que tira de seu tesouro coisas novas e velhas”.

LÍNGUA – Hebraico, isto é, aramaico, que era a língua dos judeus da época. Traduzido livremente para o grego.

DATA – por volta de 85/90 d.C.

LOCAL – Há divergências sobre isso, seria Antioquia da Síria, ou a Fenícia, ou Galileia.

DESTINATÁRIOS – Comunidades cristãs vindas do judaísmo e que passavam por uma grande crise. No ano 70 d.C., Jerusalém com seu Templo foram destruídos pelos romanos. Os grupos religiosos judeus, que existiam na época de Jesus, já haviam desaparecido quase todos (saduceus, zelotas, essênios). Sobraram só os fariseus e os escribas que cerca do ano 85 se reuniram numa cidade chamada Jâmnia. Ali fizeram uma espécie de Concílio, no qual expulsaram do judaísmo todas as correntes contrárias aos ensinamentos dos fariseus, incluindo os cristãos.
Essa rejeição por parte de seus irmãos na fé, mergulhou as comunidades cristãs em uma crise profunda. Surgiu então um escrito que garantia que Jesus de Nazaré era o Messias e que este Emanuel (Deus conosco) estaria com os seus até o fim dos séculos. (Mt 1, 1. 23; 28, 20) “Genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão gerou Isaac (...) Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel; (...) Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”.

FONTES – A base principal dos Evangelhos é a tradição oral da pregação dos Apóstolos. Já se percebe que Mateus, como Lucas, inspirou-se em Marcos, que foi o primeiro evangelho escrito, mas numa redação diferente da atual e anteriormente a ela.
            O segundo e o terceiro evangelhos têm palavras e discursos que estão muito reduzidos em Marcos e, além disso, concordâncias contra Marcos. Daí os estudiosos concluíram que eles tiveram também outra fonte, para nós desconhecida, que colecionou sobretudo sentenças de Jesus. Convencionou-se chamá-la de fonte “Q”, primeira letra da palavra “Quelle”, que quer dizer fonte, em alemão.

TEMA – O tema deste Evangelho é o Novo Israel. Mateus insiste fortemente com suas comunidades sobre o tema do “Reino dos Céus” e procura mostrar na pessoa e na obra de Jesus o cumprimento das Escrituras: A Lei e os Profetas. Jesus é o Messias prometido a Israel.
            Mt 1, 1 “Genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.”
            Mt 1, 16 “Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo.”
            Mt 2, 4 “Convocou os príncipes dos Sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de nascer o Cristo.”
            Mt 16, 16 “Simão Pedro respondeu: tu és o Cristo, Filho de Deus vivo!”
            Mt 16, 20 “Depois, ordenou aos seus discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Cristo.”
            Mt 22, 42 “Que pensais vós de Cristo? De quem é filho? Responderam: “De Davi!”
            O filho do Deus Vivo, que salvará o povo dos seus pecados.

ESQUEMA -             Este Evangelho tem primeiro, os preparativos para a vinda do Reino, cinco livrinhos sobre o Reino e por último, sua vinda definitiva.
            Cada livrinho tem duas partes: uma narração e um discurso.


PREPARATIVOS – O MESSIAS MENINO – UM NOVO COMEÇO – 1-2


1º Livro

Jesus traz o Reino – 3-4  
Programas: Condições para entrar no Reino - Sermão da Montanha – 5-7

2º Livro
Os milagres, os sinais do Reino, confirmam a palavra 8-9
Pregação: Como anunciar o Reino – Discurso da Missão – 10

3º Livro
As reações diante da prática de Jesus – 11-12
Obstáculos: O ministério do Reino – Discurso da Missão
- As Parábolas do Reino – 13, 1-52

4º Livro
O seguimento de Jesus e as tradições dos fariseus – 13, 53 – 17, 27
Discípulos: Como viver a proposta do Reino – A comunidade dos seguidores – 18, 1-35

5º Livro
O Reino é para todos – 19-23
Vinda do Reino: O futuro do Reino – Crise suscitada pelos chefes judeus – 24-25
Advento Definitivo: sofrimentos da Paixão e Morte – 26-27
Triunfo da Ressurreição – Libertação – 28

            O Evangelho Segundo Mateus, começa com a genealogia de Jesus, na qual o evangelista quebra com a estrutura patriarcal da época introduzindo cinco mulheres entre os ascendentes de Jesus, sendo que quatro ainda tem manchas morais: Tamar (Mt 1,3), Rute (Mt 1,5), Betsabé (Mt 1,6), as quais acrescenta Maria, mãe de Jesus (Mt 1,16).
           
            Os cinco discursos são também notáveis –

No primeiro (Mt 5-7) o Sermão da Montanha, Jesus expõe os princípios fundamentais para quem quer ser seu discípulo, para quem deseja entrar no Reino dos Céus, iniciando com as Bem-aventuranças. Propõe um novo tipo de felicidade para o mundo e os homens não só de seu tempo, mas até dos tempos atuais.
Pode até parecer um paradoxo, mas é a base de toda a vida seguindo o Reino.

A melhor tradução para Bem-Aventurança é “Parabéns!”. Para o Biblista Carlos Mesters, o Sermão da Montanha é a expressão do novo que começa a existir na vida dos homens, quando eles se abrem para Deus. É a expressão concreta da conversão que se opera naqueles que aderem a Jesus Cristo.

O Segundo Discurso (Mt 10) é o chamado Discurso Apostólico, dirigido diretamente ao grupo dos discípulos, para orientá-los e preveni-los em sua missão.

O Terceiro (Mt 13, 1-51) é uma narração feita por Jesus, por meio de parábolas.
Parábolas são comparações, tiradas do cotidiano da vida, que procuram facilitar aos que têm o coração aberto para Deus à descoberta e à compreensão melhor do Reino dos Céus. Ao mesmo tempo, elas o encobrem para os que têm o coração fechado e os incitam à descoberta.

O Quarto (18, 1-35) é sobre a comunidade dos seguidores, explica muito claramente como devem viver a proposta do Reino, são ensinamentos preciosos para vida em comunidade.
 São ensinamentos agrupados como se fossem um único discurso de Jesus. Ele é a resposta para aqueles que se interrogam sobre o que devem fazer, quando batizados, para seguir o caminho proposto por Jesus.

O Quinto discurso (24-25) é o chamado Discurso Escatológico, isto é, sobre o fim dos tempos. Anuncia a crise suscitada pela crescente oposição dos chefes judeus e mostra o futuro do Reino. O critério para nele participar é a Misericórdia, que faz justiça aos oprimidos, excluídos e relegados.
Este texto maravilhoso, que é exclusivo de Mateus, determina o julgamento através das obras feitas ao Senhor, sem que as pessoas que estão sendo julgadas saibam que, quando atenderam às necessidades fundamentais e básicas “dos irmãos mais pequeninos” era ao Senhor mesmo que estavam atendendo (25-40).
O juiz, que os julgados acreditam ver pela primeira vez, acabará sendo alguém que eles encontraram durante todo o curso de suas vidas.
Eles só entenderão isto, tarde demais, quando já tiverem sido julgados e colocados uns à direita e outros à esquerda.
O capítulo 25 é também chamado de Evangelho dos Cristãos Anônimos, daqueles que são discípulos de Cristo, praticando sua justiça, sua misericórdia, seu amor, e nem sabem que são discípulos.


O ROSTO DE JESUS NO EVANGELHO DE MATEUS
O Jesus de Mateus é o Jesus Mestre

            É Mestre Servidor. Ele ensina, prega, cura, sempre no meio do povo, servindo o povo (Mt 4, 23-25) e levando os discípulos a também serem servidores (Mt 9, 35-38). Para ele, o serviço está acima da Lei e da Religião (Mt 12, 7-14).
            Jesus é comparado ao servo de Javé, descrito por Isaias, que veio para fazer triunfar o direito à Justiça, isto é, para libertar o povo (Mt 12, 15-21). É aquele que ensina o serviço e a partilha como meio para acudir as necessidades do povo (Mt 14, 13-21).
            No seu Reino, o maior é aquele que serve e Ele mesmo veio para servir, e não para ser servido (Mt 20, 20-28), só entrará no Reino quem serve e, pelo serviço aos outros, e que todos serão julgados pelo Pai (Mt 25, 31-46). Sua realeza é incompreendida e achincalhada porque, para Ele, ser Rei é dar a vida a serviço do povo (Mt 27, 27-31.

            É Mestre que ensina – principalmente à nova justiça, isto é, uma fidelidade nova à Lei de Deus (Mt 5, 17-18). Ele não veio abolir a Lei, mas dar-lhe novo sentido e nova interpretação, a qual é muito superior à dos antigos, a dos Escribas e a dos Fariseus, e, quem não praticar não entrará no Reino dos Céus (Mt 5, 20).
            Assim, Ele é o novo Moisés, que vem levar a Lei de Deus a sua plenitude, atualizando-a.
            É a nova Lei. Realmente, Ele a plenifica, sobretudo em alguns pontos capitais:
Ø  Se aos antigos era dito para não matar, Ele diz que é preciso muito mais: não se encolerizar contra seu irmão, não o chamar de imbecil, nem de idiota, dar sempre o primeiro passo para a reconciliação (Mt 5, 21-16).
Ø  Se os antigos não podiam cometer adultério, Ele tem exigência maior: Nem olhar para uma mulher com desejo de possuí-la (Mt 5, 27-30.
Ø  Se os antigos não podiam jurar falso e precisavam cumprir seus juramentos para com o Senhor, Ele não quer que se jure de modo nenhum, mas apenas diga: “sim”, quando é “sim”, e “não” quando é “não” (Mt 5, 33-37).
Ø  Se os antigos tinham como Lei: Olho por olho e dente por dente, seus discípulos não devem se vingar de quem lhe faz o mal, mas sempre e em tudo serem condescendentes (Mt 5, 38-42).
Ø  Se aos antigos era dito que amassem o seu próximo e odiassem o seu inimigo, com seus discípulos é muito diferente: é preciso amar os seus inimigos, orar pelos que os perseguem (Mt 5, 43-48).
Ø  A nova Lei exige dos discípulos de Jesus, que sua justiça, sua prática, seja vista só por Deus e não para receber elogios e recompensas dos homens (Mt 6, 1; 16, 16-18).

Assim o discípulo de Jesus, para Mateus, precisa, como seu Mestre, antes de tudo, buscar o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais lhe será dado por acréscimo (Mt 6, 33).
Por último, para Mateus Jesus é aquele que ficará presente com seus discípulos “todos os dias”, até a consumação dos séculos (Mt 28,20).
Chama atenção que Mateus seja o único evangelista a registrar esta palavra do Mestre e que Ele prometeu estar conosco, não pela vida afora, mas todos os dias, a cada instante de nossa vida. Jesus é, para Mateus, realmente, o Deus conosco, o Emanuel, prometido a José no início do seu Evangelho
            Assim, do início ao fim deste Evangelho, Jesus é aquele que caminha conosco e nos ensina como caminhar no serviço, na justiça e no amor.

Fonte: André Luiz Milani; João Décio Passos; Pedro Lima Vasconcellos; Sylvia Villac

Por Padre Marcos Oliveira 
Nhandeara  
15/01/2020

Festa dos Três Reis Magos

Festa dos Três Reis Magos


                                                                           
    
           
              

Com a Missa da Epifania do Senhor, celebrada pelo Padre Marcos de Oliveira, na segunda-feira, 06/01, na Capela Santos Reis encerramos as festividades dos Três Reis Magos, da Paróquia São João Batista de Nhandeara, tendo como gesto concreto a criação da “Irmandade de Santos Reis”.
Este grupo se reunirá uma vez por mês, no dia 06, para rezar juntos e revigorar as celebrações na Capela.

                         


           

 

                             

 

         
                                 
 
               





                     

 



Agradecimentos e Formação da "Irmandade de Santos Reis"!













Tivemos também a realização do  Tríduo nos dias 03, 04 e 05.